Materializado por: Natália Pavlinscenkyte 12 agosto 2012


A partir de hoje, de quinze em quinze dias postaremos partes da Saga:A Sombra da Cruz 
Autores: Natalia Pavlinscenkyte e Thiago Paixão
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Piloto


Nem mesmo os sons sombrios que a noite provocava com seus ventos contra as paredes frias do castelo conseguiam tirar o foco e a tensão daquela reunião. Eles já estavam por lá há horas naquela sala escura discutindo sobre um assunto que parecia que não iria levar a lugar algum. Por mais que todos os presentes argumentassem algo nada parecia mudar e a reunião andava em círculos...
A sala era composta de pesadas cortinas vermelhas escuras, um tom que poderia ser dito como peculiar para aquele encontro.  Suas paredes eram compostas por pedras irregulares enormes, entre elas haviam pequenas frestas onde se abrigavam, uma a uma, velas o que dava uma iluminação um tanto sombria quando os ventos sopravam pela sala através de uma enorme janela, composta por grades, que lhes apresentava uma Lua Cheia difícil de ver com frequência de tão bela que era sua cor e forma e o céu limpo daquela noite ajudava ainda mais  a destaca-la em meio a escuridão do céu. No centro da sala havia uma enorme mesa, feita de madeiras nobres, contendo em si um brasão de uma família da nobreza. A mesa abrigava consigo 13 cadeiras muito confortáveis, sendo 6 de cada lado e uma posta em uma das extremidades, porém muitas estavam vagas mas ainda sim haviam cálices cheios na frente de todas as cadeiras.
Naquele momento o silêncio na sala era absoluto e todos os presentes pareciam estar exaustos de tanta conversa. Foi neste momento em que entrou através da única porta de acesso que dava para a sala, um homem com vestes de serviçal dizendo com alívio:
- Eles chegaram meu senhor...
- Pois então o que estão esperando para entrarem? – Disse impacientemente aquele que sentava na ponta da mesa.
- Sermos devidamente convidados... – Disse uma voz que vinha por traz do serviçal. – E bem recebidos.
- Ora, por favor, não me venha com suas brincadeiras ridículas após tanto atraso. – Disse o homem sentado apoiando seu cotovelo na mesa deixando sua testa se deitar sobre os dedos.
O serviçal saiu do caminho deixando passar para a sala três homens muito bem trajados com veste longos e brancos. Dois deles, um de cada lado, carregavam uma espécie de lança bem trabalhada, porém a ponta era em forma de cruz. O do meio trazia consigo um grande livro em contato com o peito, como se estivesse carregando uma criança recém-nascida, e utilizava um grande chapéu branco com uma cruz dourada desenhada. Todos eles traziam a mostra, pequenas bolsas couro, normalmente utilizadas para transportar água, presas na cintura além de um sorriso de pré-potencia estampado no rosto.
O homem sentado na ponta da mesa fez um gesto impaciente com as mãos para seu serviçal, fazendo com que o mesmo se retirasse da sala fechando atrás de si a pesada porta que dava acesso à sala. O homem, ainda sem olhar diretamente para os novos integrantes da sala, disse com um sorriso irônico:
- Experimente trazer o Sol da próxima vez, Urbano.
- Não ira nos convidar para sentarmos? – Disse o homem de chapéu, deixando seu sorriso de pré-potencia começar a se transformar em um sorriso mais amarelado.
- Você não é digno de sentar nela humano. – Disse irritado o homem sentado finalmente levantando a cabeça e olhando diretamente para os olhos de Urbano.
Como se tivessem visto uma assombração os guardas que portavam as lanças com a ponta em forma de cruz deram um passo para trás e prepararam suas armas um tanto hesitantes, como se tivesse medo de que o pior estava para acontecer.
- Por favor. – Disse o homem sentado. – Vocês realmente acreditam que suas armas, somente por terem um desenho bonito, já são o suficiente para nos enfrentar? – Disse ele rindo, fazendo com que o restante dos que estavam sentados à mesa fizessem o mesmo, apesar de parecer, pelo som das risadas, que havia mais pessoas naquela sala.
- Além do mais, Urbano não iria gostar da bebida que esta sendo servida esta noite. – Disse o homem entre duas goladas que dera no cálice.
- Saiba que não temos medos de vocês vampiros, de nenhum de vocês. – Disse Urbano abraçando com ainda mais força a bíblia que levava colada ao seu peito.
- Caro Urbano... – Disse finalmente o vampiro após uma pequena pausa para uma leve risada- Será que terei que lembrar a ti, humano tolo, do que somos capazes e de tudo que tivermos que enfrentar para chegarmos até aqui? – O vampiro estava se levantando lentamente de sua cadeira mantendo sua cabeça abaixada, fixa em seu cálice.
A esta altura, o sorriso com que os convidados haviam entrado na sala agora nada mais eram que uma boca aberta de espanto e medo. Urbano ainda tentou dizer algo mais nada saia de sua boca devido ao pavor.
- Responda-me seu verme! – Disse o vampiro finalmente de pé e golpeando com força a mesa de madeira, onde deixo fundo o local onde desferira o golpe.
- Pois bem. – O vampiro agora parecia estar calmo e confiante. – Eu irei ate ai contar a ti tudo sobre nós.
Neste momento o Vampiro estava se retirando da mesa e caminhava em direção a Urbano e seus guardas. Urbano apavorado ia recuando cada vez mais trazendo com ele seus guardas como escudos, porém recuou tanto que chegou até a enorme janela que estava aberta do lado oposto da mesa de onde o vampiro estava sentado anteriormente. Tudo que Urbano via a sua frente agora era seus dois guardas e um vampiro poderoso andando em sua direção, atrás de si estava a bela e calado noite de Lua Cheia.
Ao olhar para a mesa novamente Urbano pode ver nitidamente que as cadeiras que antes pareciam estar vagas estavam agora preenchidas pelos seus respectivos donos, exceto por duas cadeiras uma era de seu pior pesadelo, o vampiro que estava vindo em sua direção e a outra, pelo seu novo maior pesadelo, uma criatura grotesca que se escondia atrás da pesada cortina vermelha portando um aterrorizante sorriso bizarro. Tal visão quase fez com que Urbano caísse pela janela da qual estava a suas costas.
Após Urbano recuperar o equilíbrio, e o fôlego, ele olhou novamente para a direção em que o vampiro vinha ao seu encontro e o que viu foi pior do que a imagem da criatura que ele vira a pouco. A sua frente estava seus dois guardas agonizando como se fossem animais em um matadouro, com sangue espalhado pelas paredes da sala. Os outros integrantes da sala que antes estavam sentados na mesa agora estavam sobre os corpos dos guardas sugando tudo que podia por suas feridas. Quando Urbano pensou em gritar e sair correndo era tarde demais o vampiro estava cara a cara com ele e com um sorriso macabro estampado no rosto.
- Agora sim podemos conversar melhor. – O vampiro estava com os olhos vermelhos e com a pele tão branca quanto à luz que vinha da Lua naquela noite. – Agora escute com atenção seu verme, não irei ficar contente caso você se esqueça de tudo que irei te contar agora. Você não gostaria de me ver com raiva.
Sem opções, tudo que Urbano pode fazer foi concordar e escutar com atenção tudo que o vampiro tinha para dizer tendo visão, o tempo todo, de seus guardas tendo o pouco que restava de suas vidas sendo sugadas pelos outros vampiros. 

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